Após o tumulto que interrompeu a apuração do Carnaval de São Paulo na última terça-feira (21), o prefeito Gilberto Kassab disse que a segurança do Carnaval, tanto do evento quanto da apuração, será feita pela Prefeitura de São Paulo, a partir de agora. Inclusive, ela fará o esquema de segurança do desfile das campeãs deste ano, marcado para sexta-feira (24).
Em entrevista à imprensa na manhã desta quarta-feira (22), no Anhembi, Kassab admitiu que houve problemas no dia da apuração. "Quando há planejamento, não há falhas. Houve falha no planejamento do evento. Seja no credenciamento das pessoas, ou no isolamento da mesa."
Até o momento, a segurança interna do Carnaval era feita pela Liga das Escolas de Samba de São Paulo, mas de acordo com o prefeito, um novo contrato deve ser assinado "o mais rápido possível". "A questão da segurança será rediscutida contratualmente. Seja na apuração ou no dia do evento", disse Kassab.
Kassab disse que está aguardando a investigação da Polícia para saber até que ponto os dois rapazes presos na terça-feira têm algum envolvimento com as escolas. "O que eu posso afirmar é que caso haja vinculação da escola com o incidente é evidente que haverá punição. Se for um caso isolado, e não uma ação orquestrada, não. Mas vamos aguardar as investigações da polícia."
Este ano, a prefeitura investiu R$ 23 milhões no Carnaval, mas Kassab disse que caso a segurança não passe ser feita pela prefeitura, não haverá mais investimento público no Carnaval.
Investigações do incidente
O delegado Mauro Marcelo de Lima e Silva, da Polícia Civil, disse que pelo menos oito pessoas estão sendo investigadas sob suspeita de envolvimento no tumulto durante a apuração do Carnaval de São Paulo.
Tiago Ciro Tadeu Faria e Cauê Santos Pereira já estão presos por dano ao patrimônio público. Há mais outros dois suspeitos de envolvimento direto na destruição de cédulas e do troféu e mais quatro suspeitos.
A Polícia Civil abordou alguns fotógrafos de jornais durante a entrevista desta quarta-feira no Anhembi. Ela pediu para eles algumas fotos feitas durante a confusão da apuração, para tentar identificar os responsáveis.
Segundo a polícia, o preso Tiago Faria é um dirigente da Império da Casa Verde. A escola nega, mas ele estava devidamente credenciado para assistir à apuração.
Kassab disse que se algum dirigente de escola estiver envolvido, cabe a punição por parte da Liga e da prefeitura. "Os recursos públicos não podem ser repassados à entidade que comete ilegalidade", disse o prefeito, referindo-se aos recursos que a prefeitura dá para casa escola de samba.
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