Os portugueses chegam cansados e sem esperança ao final deste ano. Desde 2008 que as notícias prenunciadoras de crise não esmorecem, quais nuvens negras ameaçadoras de tempestades sempre mais próximas.
O Natal chega todos os anos na mesma altura. Mas há alturas em que, mercê do cansaço e da falta de esperança, o Natal é mais Natal, mais puro e maduro, mais luz porque mais pobre.
Os cristãos são cidadãos privilegiados neste tempo porque, experimentando com e como os outros as consequências das trevas que a humanidade cria a si própria como “dano colateral” e maior da ganância, são educados a viver na fé na esperança e guiados pelo próprio Espírito até um mundo novo, que surge sempre que o homem (cada homem!) se abre à luz que vem de Deus.
O empobrecimento colectivo a que os portugueses são constrangidos agora e para os próximos anos, se para a maioria das pessoas tem sabor semelhante a uma dieta obrigatória, para aqueles que sempre estiveram nos escalões mais baixos da sociedade revela-se desumano e desesperante.
É eticamente inqualificável “lavar as mãos” perante o processo em curso: o empobrecimento dos pobres.
Por isso se espera que este Natal seja uma ocasião para que aqueles a quem foi dado o “dom da sabedoria e da ciência” se disponibilizem e apresentem à chamada para ser condutores dum povo que almeja e necessita novos horizontes de realização humana.
O povo que andava nas trevas encontrou uma grande luz. Os magos do oriente foram guiados por uma estrela. E nós?
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